quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Um poema que é poeta

Um poema que é poeta nunca é.
Vai sendo enquanto morde na memória.
E em mais uma dentada a quem o lê,
Transforma a mesma escrita noutra história.

Penetra na retina ao mais capaz
Um poema que é poeta é como um cisco
Ser bonito ou mesmo feio, tanto faz.
Foi feito para cegar, não para ser visto.

sábado, 24 de julho de 2010

Seres-urbanos

Seres-urbanos que arrastam a carcaça pelas crassas ruas frias
e desertas,
atiram os sacos de ossos à desgraça
Deixam-se perder durante os dias
em que passeiam pelos olhos de quem passa

E quando as ideias estão despertas,
poisam os sonhos pelas montras
e seguem, carregando em olhos vítreos,
a vida que está em tantos sítios,
mas que lhes escorrega pela pontas
dos dedos.